SETOR DE CONSTRUÇÃO MANTÉM DESACELERAÇÃO EM 2013, INDICA FGV

O setor da construção continua em desaceleração em 2013, segundo pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) a pedido da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).

Para 2013, era esperada uma retomada do setor puxada sobretudo pela infraestrutura, o que não ocorreu. Em 2012, a cadeia da construção, que inclui obras e indústria de materiais, caiu 3,1%, depois de dois anos de alta.

Só na construção, a queda do PIB (Produto Interno Bruto) setorial foi de 2,9%. Esse número, porém, ainda é preliminar e não leva em conta o resultado das empresas. O número final deve ser positivo, segundo a coordenadora da pesquisa, Ana Maria Castelo, da FGV.

Em 2013, o PIB da construção deve ter um crescimento de 2%, inferior à estimativa do PIB nacional para o ano, de 2,5%. O crescimento, mesmo fraco, será impulsionado pelo gasto das famílias (principalmente em reformas), enquanto a participação das empresas deve ser reduzida. Já em 2014, o PIB do setor deve ficar em 3%, no mesmo patamar do nacional, segundo Castelo. Até o fim do ano, os números ainda podem ser revistos.

O desempenho ruim está relacionado à dificuldade do governo em destravar os incentivos à infraestrutura, com o programa de concessões, que não deslanchou em 2013.

Já o setor imobiliário, apesar de ter surpreendido em alguns mercados, como o de São Paulo, teve quedas fortes em outros locais, como Minas Gerais e Brasília e apresentou um resultado fraco. Neste ano, o emprego no setor imobiliário caiu 1,3% até setembro.

Fim do ciclo

Segundo Castelo, o ciclo imobiliário iniciado em 2010, ano de grande crescimento, está chegando ao fim. O novo ciclo, no entanto, ainda não ganhou força. A retomada do setor deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2014 e, mesmo assim, muito mais pulverizada. Nesse cenário, há muitas obras sendo entregues, mas poucas iniciando, afirma a pesquisadora.

Um reflexo é que a indústria de materiais de acabamento terá um faturamento 7,1% maior em 2013 do que no ano anterior, enquanto a de materiais de base (como cimento, usado nas fases iniciais da obra) crescerá apenas 2,8%. Em 2014, é esperado um crescimento de 5% dos materiais de base e de 7% dos de acabamento.


Fonte -FolhaPress

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