PRÉDIO TEMPORÁRIO, OBRA PERMANENTE

A construção é temporária. Mas enquanto precisar receber mais funcionários, pode crescer. A sede do Comitê Rio 2016 foi inaugurada em março, numa área próxima à prefeitura do Rio, e já funciona a pleno vapor com 400 funcionários. Mas, até a realização dos Jogos, daqui a três anos, eles serão 2.400. E para absorver um número de pessoas seis vezes maior, a estrutura do espaço precisa crescer junto.

Isso é possível porque o prédio é construído com módulos feitos por contêineres industriais de aço. Nessa primeira etapa, que já ficou pronta, foram usados 780 módulos. Na segunda, que termina em setembro, serão mais 330. E na terceira, que começa a ser edificada em seguida, outros 258.

O modelo, sustentável, foi escolhido pela velocidade na construção — a fase 1, que num método tradicional demoraria um ano e meio, ficou pronta em cinco meses — e por possibilitar que o prédio tivesse o tamanho necessário para acomodar o comitê e a Empresa Olímpica Municipal, que também funciona no espaço. A facilidade de divisão por salas é outra vantagem.

Alugar e construir valendo o mesmo:

— Chegamos a procurar prédios para alugar, mas não valeria a pena. Nenhum prédio pronto se adequaria às nossas necessidades como esse, que cresce junto com a empresa, conforme nossa conveniência — explica Luís Henrique Ferreira, diretor de instalações do Rio 2016.

Montado em um terreno de quase 21 mil metros quadrados pertencente à Previ-Rio, o prédio tem hoje 12 mil metros quadrados de área construída, incluindo a parte técnica, onde ficam subestações elétricas e sistemas de ar condicionado. Mas quando estiver totalmente finalizado, deverá ultrapassar os 20 mil. A edificação, na verdade, não pertence ao Comitê, mas à construtora. O comitê paga apenas um aluguel que já inclui o preço tanto da montagem como do mobiliário feito pela empresa especialmente para as necessidades do prédio. Quando a operação do Rio 2016 terminar, os módulos serão desmontados e poderão ser usados em outras instalações temporárias de outras empresas. Até 80% dos materiais usados podem ser reaproveitados.
— Gastamos no aluguel desse prédio o mesmo que gastaríamos num edifício já pronto, onde teríamos que adquirir, ou alugar, todo o mobiliário separadamente — afirma Luís Henrique.

Construção verde e acessível:

Primeira instalação olímpica entregue pelo comitê, o prédio conta com sistema de aproveitamento de águas da chuva e um sistema de iluminação com 2.900 luminárias de led que economizam até 90% da energia. O sistema de ar condicionado reduz o gasto de energia em até 50% e permite o controle de temperatura por zona. Assim, salas pequenas e com pouco uso não precisam ficar extremamente geladas para que corredores ou áreas mais abertas e de circulação sejam resfriadas. Também faz parte do projeto a utilização de placas de captação de energia solar.

E o prédio também leva em conta a acessibilidade. As áreas de circulação são largas, elevadores e rampas facilitam a vida dos cadeirantes e, por todo o espaço, pisos táteis permitem que deficientes visuais circulem sozinhos, e facilmente. Até mesmo as frases de incentivo estampadas nas paredes ganharam versões em braile.


Fonte -Fonte: O Globo

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