LÂMPADAS USADAS TÊM NOVO DESTINO

As empresas que atuam no segmento de logística reversa, isto é, no transporte de bens, embalagens e outros materiais pós-consumo, movimentaram em 2010 cerca de US$ 20 bilhões. A atividade já abrange cerca de 10% de tudo o que é vendido no país e a projeção é que este ano os negócios ligados à área cresçam entre 10% e 12%.

Antes mesmo de o governo cogitar colocar em prática a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o empresário Carlos Alberto Pachelli, 53 anos, já estava atrás de um bom projeto na área de Sustentabilidade. Em 2003, encontrou na incubadora do Cietec, em São Paulo, o que procurava. Entrou como parceiro na pesquisa de descarte adequado para lâmpadas fluorescentes.

A tecnologia desenvolvida pela Trampoo, empresa criada por Pachelli e seus sócios, só chegou ao mercado em 2008.

A pequena empresa paulista, de apenas 15 funcionários, criou uma tecnologia própria, que permite o reaproveitamento total do produto. “Com a ajuda de um equipamento separamos mercúrio, cobre, pó fosfórico, vidro e alumínio, que são revendidos para indústrias de cerâmica, tintas e fundições”, declara Pachelli. “De 2008 até o final deste ano, deveremos multiplicar o tamanho da empresa por dez, alcançando um faturamento de R$ 2,7 milhões”.

A Trampoo descontamina uma média de 180 mil lâmpadas por mês. Para resgatá-las, cobra entre R$ 0,75 a R$ 1,50 a unidade, dependendo da localização, do tipo de lâmpada e das condições de armazenagem.

Entre receber, processar, descontaminar e descompactar leva cerca de 30 dias. “O grande problema é logístico, a maioria sequer acondiciona as lâmpadas de forma adequada, muitas chegam aqui quebradas”, conta o empresário. “Em 99% dos casos nós fazemos a retirada do material.” Entre os clientes da Trampoo estão grandes cadeias de varejo, como as Casas Bahia, que descartam cerca de 4 mil lâmpadas por mês, bancos, além de hospitais e laboratórios.

“O setor que está menos consciente é o do pequeno varejo e o próprio consumidor”, diz o empresário. Segundo Pachelli, a maioria dos escritórios de profissionais liberais, pequenos estabelecimentos comerciais e até condomínios sequer sabe onde colocar as lâmpadas usadas e o quanto esse material pode impactar negativamente o meio ambiente.

Para se ter uma ideia, apenas 2% das 100 milhões de lâmpadas fluorescentes do Brasil são recicladas. A maioria é descartada inadequadamente.


Fonte -Fonte: Valor Online

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