FALTA DE PROFISSIONAL QUALIFICADO É ENTRAVE PARA CONSTRUÇÃO, DIZ CNI

As obras para atender a demanda de infraestrutura da Copa do Mundo 2014 alimentam o otimismo dos proprietários de empresas da construção civil, mas também trazem à tona o principal problema do setor: a falta de mão de obra.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada com 411 empresas do segmento sobre os efeitos da Copa do Mundo, a falta ou o alto custo de mão de obra é apontada por 71% dos empresários como o entrave dominante para a realização dos projetos ligados ao evento.

“É difícil dizer quando esse problema será resolvido. A construção emprega hoje cerca de 3 milhões de pessoas. O desafio é aumentar a produtividade desses trabalhadores, o que demanda treinamento”, diz Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.

“As empresas estão contratando funcionários e qualificando, mas a baixa escolaridade do brasileiro é uma barreira para que esse processo ocorra em curto período de tempo”, afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa da CNI. A falta de profissionais no mercado fez os salários aumentarem cerca de 30%. O que onera ainda mais as empresas que já têm de arcar com custo extra para oferecer treinamento.

Fonseca acrescenta ainda que as atividades na construção aumentaram muito nos últimos anos. Como consequência disso, o setor vem incorporando novas tecnologias e materiais, o que demanda treinamento também para os mais experientes.

“Existem pedreiros, por exemplo, que não se adaptam com material novo de trabalho. A dificuldade em qualificar esse tipo de trabalhador ainda é muito grande”.

Outros gargalos:

Além da falta de mão de obra, burocracia no processo de licitação e curto prazo para a entrega das obras são apontados respectivamente por 48% e 45% dos empresários como principais problemas. “As questões de burocracia, no setor da construção, em particular, são bastante pontuais. Se existe a intenção (do governo) de acelerar o processo de entrega das obras, certamente essa questão deverá ser resolvida”, afirma Luiz Fernando Mendes, economista chefe da Cbic.

Mesmo com todos esses desafios, representantes do setor afirmam que os empresários já contam com o enfrentamento dos gargalos em seu planejamento para evitar o atraso de entrega das obras.“Será perfeitamente possível cumprir o cronograma previsto, mas isso terá um custo extra, proveniente principalmente do acréscimo no pagamento de funcionários e programas de capacitação, o que tende a encarecer o custo final das obras”, diz Zaidan.


Fonte -Fonte: Brasil Econômico / Priscilla Arroyo

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