CRISE AFETA CONSTRUÇÃO COM MAIS FORÇA, MOSTRA PESQUISA

A queda na atividade da construção civil mostra que a crise econômica começou a afetar com mais força o setor, disse ontem o gerente-executivo de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca. “Esse setor está conhecendo agora um desaquecimento depois do boom de 2010, que foi um ano mais que excelente para a construção civil”, disse.

A sondagem Indústria da Construção, divulgada pela CNI, apontou que o nível de atividade desse ramo caiu pelo segundo mês consecutivo. O indicador marcou 47,7 pontos em junho, e 48,9 pontos em maio. O índice varia de zero a 100 pontos, sendo que valores abaixo de 50 pontos representam retração na atividade do setor.

Para o economista da CNI Danilo Garcia, o desempenho negativo foi causado pelo “desdobramento da crise nos demais setores da economia nacional”, já que a atividade da construção civil se restringe praticamente ao mercado interno. “Não existe um indicativo de recuperação, como havia em momentos anteriores” – completou.

A CNI explicou ainda que, além do indicador de atividade da indústria de construção civil, houve piora no emprego. O indicador de número de empregados caiu para 47,8 pontos em junho, ante 50,1 pontos em maio. Em junho do ano passado, o índice marcava 51,6 pontos. “O setor da economia mais afetado, atualmente, é a indústria de transformação, que ainda não conseguiu se recuperar. E isso começa a afetar os outros segmentos da economia, como a construção civil”, disse Renato da Fonseca.

A indústria da construção civil usou, em média, 69% de sua capacidade de operação em junho, nível menor que o de maio, quando esse indicador de atividade foi de 71%. Essa foi a segunda queda consecutiva na utilização da capacidade de operação, já que entre abril e maio o indicador recuou de 72% para 71%.

A sondagem apontou que a retração na utilização da capacidade de operação foi comum em todos os portes de empresas do setor de construção civil. As grandes empresas registraram a maior queda, passando de 74% em maio para 70% em junho. As pequenas empresas operaram, em média, com 65% da capacidade em junho, ante 66% em maio. Já as médias tiveram uma queda de um ponto percentual nesse indicador no período, passando de 70% para 69%.

A expectativa do setor para os próximos seis meses em relação à atividade caiu de 58,9 pontos para 57,9 pontos entre maio e junho.


Fonte -Fonte: Valor Econômico / Thiago Resende e Lucas Marchesini

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