CNI DEFENDE GOVERNO MAIS ARROJADO NAS MEDIDAS

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, disse que o governo precisa ser mais arrojado nas medidas para socorrer o setor industrial. Em entrevista à Agência Estado, ele defendeu a taxação de todo capital estrangeiro que entra no País, a desoneração completa da folha salarial das empresas e a redução de tributos sobre insumos usados na produção.

Andrade criticou também a demora na implementação das medidas. Para ele, o governo tem o diagnóstico correto do problema, mas tem perdido o “timing” na execução das ações. “As medidas estão na direção certa, mas o prazo está na direção errada”, afirmou.

O presidente da CNI disse que, até que o Brasil enfrente seus problemas estruturais, o governo precisa adotar ações de curto prazo contra a valorização do real, para que a redução de custos estruturantes, como o da energia, reforce a defesa comercial.

“Não podemos deixar a indústria morrer”, afirmou. “O comércio mundial tem sido uma guerra. O Brasil não consegue competir porque empresas de outros países têm de fato, incentivos fiscais”, avaliou.

Para conter a entrada de capital especulativo no Brasil e reverter a valorização do real, Andrade defende que todo capital estrangeiro seja tributado.

Pela proposta do presidente da CNI, o governo deveria criar um mecanismo que compense esta tributação para as empresas que comprovarem o uso dos recursos em investimentos.

Ele também criticou a fórmula encontrada pelo governo para retirar a contribuição de 20% ao INSS sobre o valor da folha de pagamento das empresas.

“Não sou a favor de transferir para o faturamento. O melhor é fazer a desoneração gradual da folha sem a criação de outro tributo”, disse.

Pela proposta do governo, os setores desonerados na folha de salários passam a pagar uma contribuição sobre o faturamento. Andrade argumentou que a medida simplifica, mas não reduz o custo da mão de obra.

Ele argumentou ainda que, apesar de o Brasil estar em “pleno emprego”, alguns setores como o automobilístico, já começou a demitir. Ele acredita que esse movimento possa ser seguido por outros setores como o siderúrgico e de autopeças.

Andrade também defendeu uma solução rápida para a guerra fiscal entre os Estados.

O presidente da CNI sugeriu ainda a exigência de uso de conteúdos nacionais em projetos licitados e com participação de empresas estrangeiras.

Segundo Andrade, projetos na área de energia estão sendo executados com a importação de componentes chineses.


Fonte -Fonte: O Estado de S.Paulo / Renata Veríssimo

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