AUMENTO DA TARIFA DE ENERGIA PUXA INFLAÇÃO

O reajuste da bandeira tarifária vermelha que passou dos R$ 3 por 100 kWh para R$ 5,50 já foi captado pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) na primeira semana de março. O aumento provocou a aceleração do indicador, que registrou alta de 1,26%, 0,29 ponto percentual (p.p.) acima da taxa observada na última semana de fevereiro, em 0,97%. Isolado, o item tarifa de eletricidade residencial acelerou para 7,20%, ante variação de 1,09% na última semana de fevereiro.

O forte aumento da conta de luz levou a inflação do grupo habitação a subir de 0,90% para 1,75%, na primeira semana de março. “Essa é apenas uma prévia do impacto do reajuste tarifário da bandeira vermelha. Mas se espera uma pressão ainda mais forte do que se vem chamando de realismo tarifário, que engloba os reajustes da energia, combustíveis e transportes urbanos”, avalia a economista e professora da Coppead/UFRJ, Margarida Gutierrez.

Em função dos reajustes autorizados nas passagens de ônibus, metrôs, trens e táxis nas principais regiões metropolitanas, os transportes continuam com uma inflação no patamar de 2%. Na última semana de fevereiro, o grupo registrava variação de 2,52%, mas agora em março houve uma desaceleração, tendo o IPC-S apontado para 2,28%. Segundo a FGV, foi identificado arrefecimento nos preços das tarifas de ônibus urbano, cujo IPC-S passou de 1,11% para 0,39%. Ao mesmo tempo, as passagens aéreas ainda vêm apresentando deflação, embora em menor intensidade: de 19,76% para 1,52%, agora em março. Além da revisão das tarifas de transporte público, o aumento do PIS/Cofins sobre a gasolina parecem ainda pressionar a inflação dos combustíveis e transportes. No caso da gasolina, o IPC-S saiu de 8,35% para 7,60%. Já o etanol, de 5,28% para 5,23%. Essa desaceleração da inflação dos combustíveis, no entanto, deve ser passageira. “A cobrança da Cide está prevista para começar em maio”, lembra Margarida Gutierrez . A alimentação também ficou mais cara na primeira semana de março, acelerando de 0,77% para 1,11%, puxado pela alta sazonal de hortaliças e legumes, que subiram de 4,56% para 8,21%.

Já educação, leitura e recreação, que apresentou retração de 0,02% na última semana de fevereiro, teve alta de 0,42% em março. O grupo vestuário também acelerou nesta primeira semana do mês, saindo dos 0,11% para 0,20%, puxado por acessórios, que subiram de 0,77% para 1,64%. IBGE divulga dados do PIB com atualizações O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) finalizou as atualizações do Sistema de Contas Nacionais e divulga amanhã os dados do Produto Interno Bruto (PIB) anual de 2000 a 2011 com a nova metodologia e base de dados, que seguem recomendações do Manual Internacional de Contas Nacionais da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional, Organização das Nações Unidas (ONU), Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As Contas Nacionais Trimestrais atualizadas, que trarão o PIB de 2014, além da nova série a partir de 1995, serão apresentados só no dia 27. As mudanças podem tanto afetar positivamente, como negativamente os resultados do PIB. Isso porque, entre as principais modificações, está a adoção de um conceito mais amplo sobre investimentos. Sendo assim, ações que antes eram classificadas como gastos, passaram a ser incluídas como Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Por exemplo, avaliações ou prospecções minerais, que não gerem lucro direto para a indústria extrativa, passam a ser identificadas como ações de pesquisa e desenvolvimento.

O acionamento e o desligamento de usinas termelétricas também passarão a ser contados, visto que há uma mudança da relação custo e valor de produção com o uso das térmicas. O IBGE também vai utilizar dados da declaração de Imposto de Renda Pessoa Física para aperfeiçoar a análise do grupo Famílias. Dessa maneira, serão conhecidas informações sobre rendimentos, poupança e bens adquiridos.


Fonte -Fonte: Brasil Econômico

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