A CONFIANÇA DA INDÚSTRIA CAI DEVIDO AO AUMENT0 DE ESTOQUES

O descasamento entre oferta e demanda, que tem resultado em acúmulo de estoques na indústria, diminui as expectativas do setor em setembro e contribui para a queda da confiança do segmento. A afirmação é do coordenador de sondagens conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Aloisio Campelo.

A prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) de setembro apontou queda de 0,8% em relação ao resultado final de agosto, com ajuste sazonal, para 98,2 pontos. Nessa base de comparação, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,3%, para 99,2 pontos e o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,4%, para 97,1 pontos. “Os números mostram que a situação atual andou de lado, entre agosto e setembro, enquanto a piora foi verificada na expectativa do setor”, diz Campelo. Segundo ele, a piora do Índice de Expectativas está relacionada a um aumento de incerteza, gerada pelo descasamento entre oferta e demanda. O acúmulo de estoque influencia muito no sentido das expectativas”, afirma.

Com a queda na expectativa, o empresariado tende a conter investimentos e contratação, explica o coordenador. Pesa sobre o setor, também, a retirada de estímulos fiscais o aumento dos juros e as incertezas quanto ao câmbio.

Os dados da prévia apontaram para estabilidade no nível de utilização da capacidade instalada, que passou de 84,2% em agosto para 84,3% em setembro, nível inferior aos 84,4% observados em junho e julho. O uso da capacidade ficou estável num período em que tanto a produção quanto as encomendas do comércio aumentam em razão da demanda de fim de ano. “Acredito que isso indique adiamento das encomendas do comércio e uma certa cautela da indústria”, avalia Campelo.

Na construção civil, o nível de atividade diminuiu em agosto, de acordo com a Sondagem da Indústria da Construção Civil, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador relativo à atividade no setor foi de 47 pontos em agosto. Resultados abaixo dos 50 pontos indicam retração da atividade em relação ao mês anterior.

Apesar de abaixo dos 50 pontos, a atividade caiu menos do que em julho, quando esse índice foi de 46,5 pontos. Em agosto de 2012, o indicador foi de 48,1 pontos. Esse desempenho se reflete no número de empregados, cujo indicador passou de 45,6 pontos em julho para 46,3 pontos em agosto, o que também aponta uma retração menor em agosto do que em julho.

Os empresários do setor continuam pouco otimistas em relação ao futuro, com “todos os indicadores de expectativa abaixo de suas médias históricas”, avaliou, em nota, a CNI. As expectativas relacionadas ao nível de atividade e à compra de matérias-primas são as mais positivas, com 54,2 pontos.


Fonte -Fonte: Valor Econômico / Diogo Martins e Lucas Marchesini

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