NOVA PROJEÇÃO DA EPE APONTA REDUÇÃO DE CONSUMO EM 0,5% NO ANO

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revisou a perspectiva de crescimento do consumo no ano. De um aumento esperado de 3% em 2015 a nova estimativa é de retração de 0,5% na comparação com o ano de 2014. Esse comportamento do consumo será liderado, principalmente pela redução do consumo de energia na baixa tensão, que em março de 2015 apresentou a primeira queda desde abril de 2008. A nova previsão é de que o consumo total de energia no país seja de 16,6 TWh, um nível 2,5 TWh menor do que em 2014.

Segundo a EPE a nova previsão reflete a redução da expectativa de crescimento econômico com corte de gastos públicos, inclusive investimentos, em decorrência do ajuste fiscal. Elevação da taxa de juros para combate à inflação. E ainda, a elevação das tarifas de energia associada à campanha de racionalização de energia tomada para enfrentar o cenário hidrológico desfavorável, entre outros aspectos.

Todas as classes de consumo tiveram a redução da previsão de crescimento. No residencial passou de 5,2% para 2,5%. No segmento residencial previsão de expansão passou de 6,1% para 2,7%. Para a indústria, a nova projeção é de queda de 4,4% ante uma retração estimada em 0,6% anteriormente. Nesse último, além dos eletrointensivos que vêm reduzindo seu consumo passam a figurar entre os setores industriais que deverão reduzir o ritmo, a setor automobilístico e de construção civil. Mas, com a elevação do dólar, as empresas exportadoras passam a ter uma vantagem competitiva e deverão apresentar aumento da atividade.

O consumo de energia em fevereiro de 2015 ficou 2,2% menor do que no mesmo período do ano de 2014. Houve redução de consumo em todas as classes, informou em 31 de março de 2015, a EPE em sua Resenha Mensal. A retração é explicada pelo menor número de dias úteis no mês em função do Carnaval, ocorrência de temperaturas mais baixas este ano e ainda a retração na atividade econômica.

Pela primeira vez desde abril de 2008 houve queda no consumo. Apesar dessa redução, a EPE lembra que houve uma anomalia em 2014 que elevou a demanda, tanto que naquele ano foram registrados seguidos recordes de pico de energia em função das altas temperaturas. Além disso, citou a realização do Carnaval e o menor número de dias, que afetou mais fortemente o segmento comercial, principalmente no Sul e no Sudeste. A EPE informou que ainda não é possível associar essa retração à elevação das tarifas de energia, já que no mês em questão estavam em vigor apenas as bandeiras tarifárias. O RTE foi autorizado no inicio de março de 2015 e o aumento ordinário das tarifas é escalonado durante o ano todo de acordo com o aniversário do contrato de concessão.

O consumo da classe residencial recuou 0,9% no mês, mas no acumulado do ano ainda apresenta crescimento de 2,6%. A classe comercial apresentou quase o mesmo desempenho, recuo de 1% no mês, mas com crescimento de 1,5% no ano. Por sua vez a indústria tem recuado em ambas as bases de comparação, 4,6% no mês e em 4,7% no primeiro bimestre. Até fevereiro de 2015, a demanda no país recuou 0,5% ante o mesmo período de 2014.

O consumo por subsistema ficou positivo apenas no Nordeste com crescimento de 4,4%. No Sul, a demanda recuou 2%, no Sudeste/Centro-Oeste 1,1% e no Norte ficou 2,9% menor. Os sistemas isolados apresentaram aumento de 6,2% no ano, passando de 592 para 629 GWh.


Fonte -Fonte: GásNet

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